SÃO PAULO - De acordo com o economista-chefe do Secovi-SP (Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo), Celso Petrucci, o mercado imobiliário pode sofrer impactos das mudanças anunciadas pelo governo na poupança.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou, na quarta-feira (13), que as contas da poupança com saldo acima de R$ 50 mil serão tributadas com o Imposto de Renda a partir de 2010, se a taxa Selic se mantiver em um patamar abaixo de 10,50% ao ano. A medida visa a evitar uma migração de investidores dos fundos para a poupança.
Segundo afirmou Petrucci, o que surge agora é a dúvida sobre se os investidores que serão taxados irão sair da poupança. "Se isso acontecer, o volume de recursos direcionados ao financiamento, à produção e aquisição de imóveis será alterado".
Poupança e crédito
Por lei, os bancos devem destinar 65% do saldo da poupança para o financiamento imobiliário do SFH (Sistema Financeiro de Habitação).
O SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) registrou captação líquida de R$ 13,9 bilhões no ano passado, com investimentos na ordem de R$ 30 bilhões em crédito imobiliário. O economista-chefe acredita que, se o mercado continuar dessa forma, as alterações na poupança não devem prejudicar o mercado imobiliário.
Apesar de poder diminuir o volume de depósitos, a tributação na poupança pode ter um lado positivo: "na busca por alternativas ao SBPE, o mercado secundário poderá se aquecer", nas palavras de Petrucci.
Radicalismo
Na opinião do presidente do Secovi-SP, João Crestana, era imprescindível fazer alterações na poupança, mas de forma a não abalar sua credibilidade.
"Quando ela foi criada, o País registrava altos índices de inflação e hoje a realidade é de queda de juros. Apesar disso, a poupança é um instrumento querido pela população, tradicional, e não pode ter sua credibilidade abalada por medidas radicais", afirmou Crestana.
Fonte: Infomoney - 15/05/2009 - por Flávia Furlan
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